terça-feira, 26 de janeiro de 2010

De onde vem toda esta areia?


Acho que nunca tive os pés na terra...
Também tenho de admitir que sempre me forcei a isso!
Que excêntrico, querer ver o mundo ao contrario...
As artes deslocaram-se e deram a volta ao mundo, as coisas mudaram de nome, mas o resultado foi sempre o mesmo...
Quer fosse de cabeça para cima, quer fosse de cabaça para baixo...
As coisas andam sem que demos por isso...
Enquanto não pensamos nelas, elas pensam em nos, e quando nos damos conta ficamos espantados com o caminho que percorreram...
La esta o demónio da especulação, o Homem propõe e o dinheiro dispõe...
Será por isso que tantas coisas nos passam ao lado...?
Que mundo cruel...

Sr.Próprio

domingo, 24 de janeiro de 2010

Cheguei ao meu destino…



Mais uma noite…
Sento-me em frente do meu ecrã transcritor
Mesa desarrumada, mal iluminada, coberta por muralhas de papel,
Pós espessos e teias de bichos indecentes!
Acompanhadas de um cheiro a whisky e a tabaco frio,
Característica sintomática de todo o escritório, do bom escritor!

Combustíveis, que se evolam
E se tornam vapor,
Com a intensificação da Escrita à pagina
do Pensamento ao litro,
do Raciocínio à grama
Dinamizo vários gamas de sentimentos indolores…
Mas para quem?

Vivo constantemente em nevoeiros,
Sou dos que fuma maço à hora.
Escrevo, descrevo inscrevo e reescrevo…
Construindo moldes circundantes de ideias mal elaboradas.
Como as beatas aleatórias que enchem este cinzeiro,
Que tento re-fumar até ao filtro, por falta de ideias.

Dizem-me, por isso, reconstrutor,
Ora de impulsos, hora da criação,
As palavras obedecem-me à letra;
Sou o seu criador,
Exército, zombie sempre ao meu dispor
Mortas ou vivas?
Apenas eu decido…
Porque, para os que não sabem,
Sou o detentor das chaves do céu
E de tudo o eu sinto.

Inspirações temporais
Ora chuva ora sol…
O mês de que gosto mais
É o de Abril…
Adivinhem porquê,

Tenho inúmeros projectos que não me levam a nada
Mórbidos indecentes, por não me darem entrada…
Já nem consigo diluir os vinhos e tintos
Que me aquecem e me consomem,
Falta-me o pão,
Pobre alimento que me sai tão caro!

Já não sou Dono de nada,
Apenas Dono Próprio desta minha
Própria desgraça…
A vida de solitário tem destes inconvenientes.
No entanto, vivo numa encosta perto do céu,
Encadeada por palavras,
Das quais perdi a chave...

Por vezes questiono-me
«Onde andarão elas?
As paletes de meninas que perturbam os meus sonhos?»
Sem dúvida, estórias escritas por mim que tomo como reais…
Alcoolismo ou miopia?
Já nem sei quem ponho na cama,
São apenas realidades abstractas,
Pois vivo só,
Comigo mesmo.

Quero alguém,
Mulheres de preferência.
Frias ainda melhor,
Do stock do armazém, daquele lá bem em cima
Onda não chega ninguém!
Daquelas que já não sentem dor,
Já não quero sentir nada
Só o frio delas contra o meu calor…

Dizem-me perverso,
Olá, apresento-me,
Sou apenas um verso antes de outro qualquer…
Será que há algum problema?
Sempre cercado por balseiros,
Os homens são parvos e a natureza está louca!
Até os vinhos se atrasam:
Ora vinho de vinhos,
Ora Sumos de uva,
Ora Tintos, os meus amores!

Rápido, rápido,
A Produção já nem acompanha o meu consumo!
Mas que fazem os agricultores?
A culpa é do governo!
Ah triste país!...
Será que o álcool conserva?
Preciso de mais, de muito mais,
Se não volto mesmo a sentir…

De qualquer modo, logo tenho consulta!
Vou com o Sr. Vinho, filho do Engenheiro Baco,
Levam-me ao Dr. Alcoolismo,
Provavelmente a mesma conversa,
«Senhor, já não posso nada por si, as minhas receitas têm poderes limitados!
Aconselho-o Professor Drogas,
Ele possui de uma quantidade de sopas e chás que o poderão ajudar!»

E assim fui…
Agora tenho a cabeça à roda,
Sinto-me tonto
Mal consigo descrever a minha sala…
Nesta minha encosta perdida perto do céu!
Estou farto,
Onde andas dormitório?
Sempre desarrumado como eu…
Tenho calor…
Onde estás janela?
Abro-a, para tudo ficar mais fresco,
Paro e penso no que vou fazer…
Surge-me uma ideia,
Dou um passo em frente,
Por momentos sinto-me mais leve!
Atrás tudo fica mais pequenino
E o que está em frente aproxima-se!
Sem me mexer sinto o mundo a aproximar-se.
Com força, com mais força, com muita força!
Por momentos, oiço um estrondo, mas um estrondo vindo de dentro!
Como se o meu corpo tivesse explodido.
Foi forte a sensação…

“Mas uma coisa é certa, cheguei ao meu destino”

By: Atmaspeculom (Sr_Próprio) e inspiração final de Ulisses....

O Assato!


Tenho medo…
Ele vem ai,
E a passos largos.
Segue-me constantemente,
Esquerda, direita, esquerda...
Preciso de tempo,
DE MAIS TEMPO!
Para pensar, como fazer…
O que fazer?
Estou a ser bombardeado:
Compressão…Represam…Dispersam…HÁA…Depressão!
Quem? Quando? Que? Onde? Porque?
MAS PORQUE?
Sinto-o a aprocimar!
Socorro, estou a sentir o pânico a roer-me os ossos…
Não gosto de surpresas,
Detesto que me controlem,
NINGUÉM me impede de pensar!
Quem se atreveu a disparar nas minhas ideias!?
Pobre louco, sou livre embora condicionado
Mas LIVRE HHHHHHAAAA!
Livre de o fazer da maneira mais lírica,
Ou pior,
Da maneira mais dramática…

BANG, BANG o ponteiro dos segundos alarma-se…
Consequências?
Acção, reacção, acção, reacção…
Calculo tudo. Movimentos. Tenho calma.Muita calma…
NINGUÉM ME CENSURA!
Quem pisou o meu canteiro?
(só já faltam tres metros para ele me atingir)
Já contei, ate 2000 mais de 10 vezes…
Mas continuo calmo…
Calmo como o lago onde te vou afogar!
Estou Activo,
Melhor, rádio activo…
Consciente fisicamente e desumano em pensamento,
Já nem penso!
Apenas sei que é tarde
Já é tudo mecanizado,
Cada palavra, cada movimento
Só um Toque nos cordéis e tudo se mexe a minha vontade…
Brinco contigo, A
legra-me correr o risco, sentir o limite…
(já ta...!foste rápido! Mas longe de mais, olha a confiança, tira a pata…)
(Passo a acção!)
-Hei !?Doido conheces a lei?
(não diz-me ele)
Não? Eu também não, nem sei o seu nome próprio,
lol (risse ele)
Mas sei como se farda!
Por vezes sou como tu, vejo-a outras finjo que não!
Queres saber se a respeito?
Depende do meu estado de espírito!
Mas hoje, NÃO ...

(***)
Estou muito mais calmo agora...
Ele…
Não sei!
BY:Atmaspeculmo (SrProprio)

Plenitude




By:SrProprio

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tudo imaginado...




BY:SrProprio



quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Caro Sebastião V

Caro Sebastião...

Parece-me que seja finalmente desta vez, que desista de tudo isto...
Não posso esperar mais, seja o que seja!
Entrego a minha desgraça ao destino...
Os meus olhos ardem-me e não me reconheço ao espelho...
Tenciono partir de novo...
Porem desta vez será bem diferente!
Porque parto sem partir pois ficarei...
Ficarei de certa forma sempre aqui perto do que sobra de Raquel á desconhecida!
Não sei o que me espera, do que fujo ou ainda do que quero encontrar, mas é o medo que me instrui estes caracteres que te mando...

Sim tenho medo...

Os teus contactos de Shaftesbury Aveneue animaram-me o coração e minaram-no de uma esperança que desvanece e que me tortura o corpo cada dia que passa...
Não te posso dizer que a tua iniciativa me tenha feito mal, porem bem não me fez!
Sei que Sir Robert Peel è muito atencioso e profissional, mas ando de tal modo mal que não tenciono saber, pois continuo com os pensamentos asfixiados por acontecimentos que não dão nem dariam dia...
De qualquer modo não tenho razões para adiar mais uma vez a minha desgraça ou tenho?
Para alem disso, esta ressaca da qual ainda desconheço o nome não me alimenta mais... nem o corpo nem a minha pobre alma despedaçada...
Tenho as ideias cansadas o corpo deformado e os valores destruídos!
Chego pouco a pouco a conclusão que prefiro encher-me de vícios em vez de deixar a minha felicidade depender de um ser pensante...
Estou num coma, sim num coma de paixão!
Sei que me pensas louco...mas acredita ando num estado segundaria onde não consigo dormir nem consigo ficar acordado!
Por um lado os meus sonhos perturbam-me por outro a realidade apavora-me
nem sei quantos dias passaram, mas vejo que a dona Lurdes envelhece, quanto a mim? Ando cada vez mais branco.
Também não tenho certezas.
Sinto que não é ficando aqui pregado á minha angustia que vou conseguir resolver este meu mal...
O que dariam por um invalido como eu?
Sebastião, o meu único consolo nisto é mesmo as doces novidades que me tens mandado...
Fico tão contente por ti, essa tua prespicacia lembra-me os tempos em que éramos, "as crianças repugnhantes e insuportaveis que o mundo tinha criado..." como dizia o padre António...

Desculpa-me a minha continua melancolia, mas é mesmo a única coisa que ainda me ajuda a escrever-te...
Pelo menos enquanto a razão não voltar...não te irei visitar...
Até la melhora a tua biblioteca!
Sabes o quanto gosto de ler perto de uma grande janela...
Não contes nada a Maria...

Um grande abraço e uma nota de dólar rasgada no meio...


Leonardo constantinoviche (sem data)

Ter_asas para poder cair mais longe



Queimei-me com o sol,
Pois levaste-me aos céus!
Não sei bem como, nem por onde,
Simplesmente estava desatento!
Sim, perdido em mim pensando em ti!

Mais uma vez,
Não consigo respirar,
Faltam-me as palavras,
Perco o fio!
Diga o que diga, nada faz sentido…
E agora?
Os meus olhos perdem-se nos teus,
O teu contacto visual torna-se um vício…
Vejo-me em ti, na mágica reflexão de um nós!

Detesto amar-te…
Mas este papel que me conhece,
Bem sabe, que “sofrer por ti não é sofrer”
É como morrer, como crescer, como sorrir, como fazer sorrir…

Ao anoitecer,
Revejo-te a sorrir em sonhos,
Onde mais uma vez te adivinho linda!
Numa paisagem, com a iluminação e enquadramento ideal…
Onde tento desenrolar o meu coração,
Seguindo-te, por entre as sombras dos teus desejos!

Mas como em qualquer réplica ou imitação...
Apenas te posso ter num desfoco de uma realidade passada,
Pois jamais poderei igualar o momento original…
Havendo sempre aquele toque pessoal,
Que desfaz este sonho, e te torna impessoal!

O poder das tuas palavras submete-me a dúvidas,
(Fico confuso)
Sabes-me tão bem,
Já escrevo o teu nome em toda a parte,
Sem dúvida, para aumentar a esperança de te ter!
Mas tenho medo…

Pois és uma droga,
A minha droga,
Droga que tento consumir com moderação,
Mas que na verdade não controlo, pois consumo-te até à exaltação.

Fazes-me sentir coisas diferentes,
Entro no mundo que está depois do mundo,
Esqueço tudo!
Nunca fui tão longe,
Nunca demorei tanto a voltar.
E com um puf
Sinto um calor e um frio
Um delírio e sim, agora um suspiro.

Entre versos e contra-versos,
Entre tempos e contratempos,
Faço o que posso…
Tentando marcar a distância…
E, alinhá-la em compensações
Mas na verdade já não posso
E hoje,
Estou prestes a desistir…
Já tens tudo!

És simplesmente
Demasiado irreal para seres real,
Demasiado grande para eu estar à tua altura…
Sensivelmente insensível,
Mas o depois está no antes
E este é o meu grito de amor neste teu campo de batalha…

Batalha,
Na qual fui Abandonado, Amputado, Alvejado…
Por compromissos e imprevistos!
Na qual tive feridas remendadas por compensações e justificações…
Agora sangro …
Sangro, a sorrir para a minha morte.
Olhando para este vermelho que derrama do meu peito.
Sim, este meu sangue causado por ti…

É verdade, menti-te e quero-te!
Mas quero-te, não como quem quer,
Mas como quem não quer.
De qualquer modo já é tarde!
Pois já sinto a terra que me cobre os pés.

Nenhuma paixão me atrai…
Mas contigo é simplesmente diferente,
Vou por isso escrever,
Não para te ter…
Mas para não te esquecer!
Pois quero-te em memória, em papel,
Para recordar este sonho
Que foi conhecer-te…

Não sou nenhum herói
Apenas um solitário a quem perturbaste a solidão.




By: Sr_Próprio

Sem nome...





By:SrProprio

Desculpa-me...



Pela minha incompreensão
Pela minha impaciência.
Mas não, posso esperar mais,
Os teus nãos, são cada vez mais sonoros e acentuam
Estas tuas verdades invertidas,
Que pressinto como mentiras.

De qualquer modo, já não tenho mais tinta
E as palavras já me falham…
Gastei-as ambas a tentar entender-te!

Temos tudo mas não conseguimos obter nada,
Ambos teimosos e mal formados,
Eu argumentador e tu nem uma palavra
Cão e gato? Policia ladrão? Toque e foge?

Não sei ao que estamos a jogar,
Mas se tivesse as regras seria muito mais fácil.
Digo-te tudo o que sinto,
E estas verdades corroem-me
Pela ausência das tuas palavras que não me consegues dizer.

Bem sei que sou dos que paira no céu
Perdido em nuvens de pensamentos!
E que tu, és das que se atam a terra
e se prendem a realidade.

Mas de qualquer modo a lei do tempo entrou em acção,
E hoje já nem palavras, apenas troca de olhares,
Ate por fim,
Desaparecer e me tornar apenas um ilusão

Que triste destino, e tudo por causa do medo,
Do medo de te amachucar…
Do medo de não estar a altura,
De sofrer talvez também,
De amar sem ser amado
Mas em fim
Sou mesmo assim,
Procuro sempre o que não posso encontrar!

As regras atrofiam o verdadeiro sentimento
E a pura expressão da natureza
Cortando os ramos supérfluos,
Fixando limites razoáveis ou convenientes…


By: Sr_Próprio

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

O futuro é apenas para os que vivem...




By:SrProprio

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Arte de Escrever


É Arte…
Aliás, a Arte!
Para quem a procura,
Apenas lhe posso dizer que anda por ai…
Sim, por ai!

E a quem a encontrou,
Simplesmente nada!





Pois estes bem sabem…

Que esta…
Não se baseia apenas no escrever,
Mas no descrever…
Não só no lembrar
Mas também no relembrar!
Não no sentir,
Mas no ressentir,
Palavra após palavra…
O batimento cardíaco a entrelaçar-se com a respiração recontida!
Unindo um leve requinte ordinário a uma grande subtileza extraordinária…

Aflora,
Todo um conjunto de palavras
Com sonoridades amplas,
Encontrando sempre algo pigmentado
Em todo o doce pensamento.

Profetiza o imaturo,
Sabendo esperar pela ocasião mais oportuna.
Para desfrutar de todo o seu esplendor!
Atingindo o limite do irreal,
Ziguezagueando entre Presente, Memória e Futuro…
Entre uma conjugação pouco provável,
De sentimentos materializada
Por um leve movimento ascensional,
Que transforma o imaleável
E lhe dá aquela forma conjugada.

E sabe…
Sabe abusar das palavras,
Valsando-as e munindo-as de pontos e vírgulas,
Tons de pensamentos atónitos
Contra,
tempos de raciocínios irónicos!

Dá vida a todo um mundo que já está morto…
Dá a querer,
O que poucos sonharam e que raros atingiram…
Consegue iluminar uma paisagem desfocada
Há quem diga mesmo,
Que dá um sorriso brilhante a um triste pensamento…

Ensina-nos a viver…
A ver, o que não se vê!
A sentir, o que não se sente!
A reaproveitar, o que já ninguém aproveita…

Apenas um aglomerado de palavras!
Frases moribundas com faculdades terapêuticas, que se perdem…
Num pequeno descuido,
Que faz sobressair o sentimento dito humano…

Impiedosa fórmula mágica que poucos querem entender,
Que nos sabe manter desconectados da vida real curtindo com o limite do irreal …

Acaba é por ser uma rodada de declamações temporais,
Que arrefece um qualquer ouvinte e que aquece o único orador
E que cai posteriormente, no grande poço do esquecimento.

Para mim, é uma arma que jamais alguém poderá desarmar …
Simplesmente fico embriagado com o cheiro a tinta,
E apaixonado pela textura do papel…
Eu sem ela sinto-me como o sol sem a lua, como o homem sem a vida, como o poeta sem a pena…

By: Sr_Próprio

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Quando se sonha tudo é possivel(fotos)




BY: SrProprio

Outono


Já estamos em Novembro, está frio, sento-me a ouvir o insuportável uivar do vento que anuncia as primeiras gotas de chuva e me faz lembrar os futuros prados que promovem a primavera…

Numa pequena tentativa, cruzo os braços, tentando atingir o último verão, pois tenho duas dúzias de minutos e um pé que treme de impaciência.

Olhando em volta, encontro um pouco de infelicidade arrumada numa velha memória mal apagada, barro-a com um suspiro e um pouco de desilusão que encontrei num resto de vida que me tinha sobrado, um tempero mal equilibrado a que chamam melancolia…

Cumprimento dois seres de quem não conheço o nome, olhando para uma daquelas crianças arrogantes que puxa a manga do seu tutor implorando castanhas e numa ultima aprovação olho para o interior de um café, cruzando o olhar com o de uma jovem de olhos apaixonantes e um sorriso desprovidos de qualquer preocupação…

Questiono-mo assim sobre o comportamento humano, e sobre a noção de unidade…no entanto sei que não há motivo para me afligir, porque sei que é normal, pois bem é natal!

Assim, lembro-me que não tenho pressa e nada para fazer, levando apenas meia dúzia de minutos a decidir que deixo este meu lugar a outro por dúzia e meia…

É afável, como todos se perdem nos mesmos lugares, será que é o frio do inverno que junta as pessoas?


By:SrPrópio

(foto olhares http://olhares.aeiou.pt/cours_decole/foto2181909.html)

O Caçador de emoções



Pairava constantemente no céu,
Perdido em nuvens de pensamentos!
Monólogos amplos e distantes
Criados por reflexos insolentes.

Certo dia…
O meu olhar sombrio atingiu
O teu ingénuo e vadio.

Frases secundárias
Pressentidas em
Código binário!

Palavras traduzidas por movimentos,
Movimentos anunciados por sons,
Sons abalados por medos.

E o tempo passou…

E quis
Pôr um nome,
Nessa tua cara…
Desenhei-o inúmeras vezes,
Mas não ganhou forma.

Apenas ângulos mal concebidos,
Formas irónicas de uma palavra
Que me gozava…

Tentei,
Em maiúsculas,
Em minúsculas,
Em prosa,
Em verso!

Mas a grafia continha sempre o mesmo erro!
Provavelmente fruto de não te rever…

Naveguei,
Naveguei à deriva dessa tua ventania,
Que trazias atrelada a ti,
Sempre que me entrevias.

Mar louco, tempestade negra,
Vela amachucada, perdida, desprezada
Por ser tecida por palavras em papel,
Murmúrios lançados entre relâmpagos e estrondos
Palavras sem valor próprio,
Pois ninguém as podia ouvir e por isso entender!

Tão perto, mas tão longe de qualquer encontro!
Neste local que é meu,
Mas também teu,
Onde velhas teorias se camuflam sob camadas de pó
Onde o conhecimento se perde em conversas transversais!
Onde impulsiono a minha instrução e dedico palavras e mais palavras,
Na esperança de entender de onde vem,
Todo o bem que me estás a fazer…

Entre meias-noites e meios-dias,
Fracos tempos imperfeitos
E incontáveis contratempos desfeitos…
Apreendi a arte de saber esperar…

Como o velho vinho embevecido,
Que amadureceu naturalmente…
Também tu precisas do teu tempo de espera,

E Espero-te…

A vinte graus de onde estou
Onde as temperaturas se alarmam
Quando há metamorfose entre actos e palavras…

Dá-me uma só,
E relancearei este nosso discurso para mais duas voltas
Pois tenho mil frases para te responder!

O meu sangue fulmina,
Fervem-me na alma ideias e pensamentos
Sinistros…

Bem sei que não há nada mais volúvel nem irregular
Que o meu pensamento…
Mas hoje, só a tua presença me engrandece
Pois, a teus olhos
Posso ser tudo o que quero
E mais ainda!

Do meu abatimento melancólico
À tempestade de furor,
Tento perdurar no teu tempo dominando
E intensificando a doce loucura,
Que é elevar as minhas capacidades sensoriais
ao êxtase…

Mas esta desoladora uniformidade,
Mecanizada sistematicamente,
Pela igualdade padronizada
Deste triste mundo destrói e seca tudo o que podes vir a ser…

A meu ver é a diferença que nos permite impulsão
Faculdade cujas molas se enferrujaram por falta de escrever…

Por isso,
Peço-te, que venhas comigo…
Numa última valsa,
Olhos nos olhos,
Corpo contra corpo…

Uma solitária e única dança,
Antes de me enterrares,
No cemitério do esquecimento!

Para mim, não há problema algum,
Já posso descansar em paz…
Pois terei recebido das tuas mãos
A grande felicidade de estares encruada na minha alma!

Não sou nenhum poeta,
Muito menos sou romântico,
Apenas sou um caçador de emoções…



By: Sr_Própripo inspirado em ti....

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Ferinhas








By:Sr.Proprio

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Três vogais e três consoantes


Escrevi, desenhei, pintei, recitei
E nada....
Corri, brinquei, cantei
E nada...
Pensei, pensei e pensei
E Parei…

Tinha deixado de escrever,
Perdido letras em conceitos que não se parecia comigo
Tinha confundido realidade e irrealidade
Apenas queria uma pouco mais de algo que sempre tive…

Cortei, rasguei, procurei,
E nada...
Corrigi, menti e gritei
E parei…

Sem ti não me consigo suportar
És um querer sem apetecer,
Um apetecer que foi sem querer

Não entendo mas gosto,
Não te vejo mas imagino,

Como olhar sem ver…
Como Andar deambulando
Como Sentir sem me emocionar
Como Perder sem jogar

Como estar, não mercando presença
Como ouvir sem entender
Como falar não pensado
Como tentar esquecer relembrando

Dói-me a alma,
Meti-lhe mais um penso…
Mas acho que vou é mesmo parar de pensar

É incrível,
Como de um silêncio esquecido passas a ser uma grande prioridade cada vez que te oiço murmurar…

Entras assim em cena…
De rajada…
Efeito secundário?
Arrefecesse as minhas ideias
Inflamam-se os pensamentos…
Alteras as minhas prioridades

Três Vogais e três consoantes e tenho o coração a 3000 emoções/segundo
Três sílabas e fico com convulsões…
Três segundos e…
Resisto, tento e desisto…

By:SrProprio

Κατάλληλος (Próprio)







Forma após forma,


Tomei todas as formas
A forma “própria” encontra-se
Em toda a parte …
Hydra…com as minhas magias
Que invertem a realidade e a tornam ilusão
Tenho mil corcéis atrelados a mim,
Que são o reflexo das mentiras, que se propõem a fazer-me feliz…

Mas sou líder,
Líder, desta minha auto-afirmação,
Vítima de todos os jogos de formas
Que me permitiram esta elevação!
Amnésico insensível, obrigo-me a
Ultrapassar todos os limites para obter a aprovação…
Pois apenas através do reflexo dos outros
Me consigo ver a mim…

Egocêntrico Compulsivo,
Aproprio-me do sentido da atenção
Intolerante, inseguro, ingénuo, insolente…
Elevo o meu riso sarcástico acima de todos os pensamentos!
Híbrido, entre hipocrisia e sinceridades,
Invento-me realidades,
Que dão luz a relações sintéticas,
Estas que me adivinham sinistro,
E que continuo a reproduzir de forma genérica...


Tenho sede…
Não de bem-estar…
Mas de mais ser…


By: Sr_Proprio

Flor





Sr.Próprio

Turbilhão de ideias




Digo coisas que não entendo
Leio coisas que não estão escrito
Penso no que não faz sentido
Descrevo o que não existe
Escrevo torto em linhas que ate me parecem as direitas
Estarei a morrer aos poucos?

Sou apenas metade de um ser dividido…
Que Vê cursos de água
Que descem da sua face e que
Fissura pastas de eucalipto,
Sempre que se magoa!

Desenho letras de traz para a frente
Letras mortas de nulo valor…
Não há remédio para o meu desespero
Quero pensar em silencio ouvindo o silêncio
Duvidas e mais duvidas, sem resposta objectiva
Tenho o coração grande certo!
Mas também tenho uma foto pequena de mais há mesa-de-cabeceira!

Infantilmente vou contra todas as regras
De boa educação…
Dou nas vistas…
Pois o que quero não se come,
O que quero não se toca
O que quero não se vê
Apenas se sente
Quando tomo conta do teu corpo
Quando tomas conta da minha alma

Os acontecimentos geram acontecimentos
Agora tenho a alma rasgada e pensamentos destruídos
Assaltaste-me as emoções, não consigo pensar!
Não consigo sentir…
Tenho simplesmente o cérebro lesionado
Por invasões de questões insolúveis …
Estou a beira de um ataque de letras
De uma asfixia instruída!

Porque escrever mais?
Mais uma das cartas que nunca foi escrita…
Mais uma carta que jamais será lida…
É bem conhecido, as almas são muitas e misteriosas ainda mais,
Muito gente morreu e morrera antes que desista,
Desista dessas minhas palavras que querem coisas que eu não entendo!
Mas espero…
Vejo mãos sem dedos!
Oiço a chuva a chegar ao sol…
Como legumes azuis amarelos e verdes
E não vejo a hora…já não faz sentido esperar!
Quem me garante que estarei vivo quando receber a tua resposta?

A melancolia encaminha-me por certos caminho que receio!
Admito, tenho medo, pavor…
Na minha cara estão desenhados a traços pesados o terror de morrer,
Sozinho cercado pelo vazio e a indiferença deste meu inevitável destino…

Também já não sei o que fazer para estar bem com a minha alma…
Para ser sincero tenho mais vontade de partir do que desejo de ficar
Morrer ou viver, é me indiferente
Tudo depende se te tiver a meu lado…

Se ainda escrevo, é apenas para os sonhadores,
Quando estes morrerem…
Também eu morrerei…
By: Sr_Próprio

Uma noite




Uma noite...

Adormeço contigo
Mas, no fundo,
Sei que me é proibido.

Na verdade,
Não sei o que sinto
E olho para a sombra da noite
Tentando assim responder,
Mas está tão negra, como o que pareces ser.

Sinto o teu coração Palpitar
E a minha respiração Acelerar.
O que fazer?

E sem saber porquê,
Segredo-te tudo o que nunca te poderei dizer,
Como se me aliviasse a vontade de te conhecer
E com a esperança de nunca te acordar…
Vou abraçar-te
E, claro, amanhã tudo ignorar

Será Cobardia?
Não sei…
Também não quero saber…

Acaricio-te a cara,
Leio nela tudo o que nunca poderei ler em mim,
Simplicidade e vontade de ser feliz…
(Será mesmo necessário haver uma razão para procurar a felicidade?)
E vejo tudo como se fosses a minha peça,
Peça que eu próprio escrevi
E que agora enceno contigo …

Tudo como tinha imaginado.
A decoração,
A representação,
A cena,
Nós como actores,
Tudo perfeito…

E ai deliro…
Serás mesmo tu?
A personagem por quem tanto esperei?

Passam-se horas…
E continuo a contemplar-te
Tão linda e tão serena…
Será mesmo possível?

E do nada
Entristeço
Pois Vi,
Vi o temível primeiro raio de sol…
Não pode ser (penso eu) …
(Que fazer?)

E sem medo
Arrisco um beijo
E, sorrindo, peço-te desculpa,
Abraçando-te como se nada fosse.
E adormeço,
Pensando que só foi um sonho
E que entre o meu mundo e o teu,
Ainda há uma grande distância a percorrer.

BY:Sr_Próprio

Peixe




Sr_Próprio

Será que os anjos existem?


«Pai, os fantasmas também tocam piano?»

Se os fantasmas tocam piano…?

É claro que sim, e bem alto, dançando todos de mãos dadas ao som de notas cantadas em prosa... Há quem diga que são sons ovais, outros sons cilíndricos, que apenas se fazem conhecer nas gamas da segunda dimensão, e isto apenas na escuridão mais intensa, quando o vento lhes serve de metrónomo e lhes dá à voz que há muito tempo foi corpo e que um dia se apagou….
«Pai, e os anjos?»
«Exitem
Se os anjos existem?
É claro que existem, são sem dúvida seres que nos transcendem...
E é esse pensamento que nos prende a esse mesmo sitio onde estamos, sem que nos seja possível sugestão de movimento. Esse tipo de ser que desliza de forma tão rápida que se torna impossível tentar atingi-lo, persegui-lo ou mesmo aborda-lo.
Os raros que conseguem fazem-no sem querer, contas mal feitas ao caminho que tinham traçado… e só apenas esses, conseguem interferir na vida desses anjos, que caminham voando e falam cantando.
Há quem diga que no presente são realmente um grande presente e no futuro um sonho, um resto de impossibilidade…
«E porquê?»
Porquê? Porque Falta-nos aquela faísca, aquele cheiro a detonação que emprenha as nossas pernas de meros humanos com o fogo de Deus, poção inflamável que chamámos amor, e nos permite segui-los pelos confins do universo…
«Pai, e…»
«Filho, a vida é um mundo cheio de questões insolúveis das quais apenas Deus tem a chave, repousa e guarda a tua curiosidade para amanhã...»
«Mas não tenho sono…
«Então pensa, sobre essas dúvidas todas e aí, se te portares bem, poderás ver os fantasmas a tocarem piano, os anjos a deslizarem…o amor a cantar...pois a curiosidade nos faz crescer!



By:Sr_Próprio