domingo, 21 de setembro de 2008

Notícia da Semana

PS teme uma rebelião na bancada parlamentar, devido ao voto no projecto de lei que visa alterar a lei com o intuito do permitir o casamento entre homosexuais. O PS impôs aos seus deputados disciplina de voto no sentido de votar "não" ao projecto de lei em causa. A direcção do grupo parlamentar afirma que tal matéria não estava no programa eleitoral do Governo, pelo que a questão não foi suficientemente debatida na sociedade para se dar este passo tão importante pela mudança total de paradigma que trará. Uma vez que essa questão não foi debatida aquando das eleições, o grupo parlamentar do PS considera que os seus deputados não têm legitimidade social e política para resolver essa questão, sendo que o "não" permite adiar a questão para as próximas eleições. Alguns deputados do PS afirmam que esta é uma questão de consciência, pelo que se impõe a liberdade de voto. 

Uma vez que não sou jornalista, posso permitir-me a dar a minha opinião, que vai de acordo com o  pensamento da direcção do grupo parlamentar do PS. A alteração da figura jurídica "casamento", que é de extrema importância social, provocará uma mudança enorme no paradigma social em que vivemos, pelo que essa mudança deve ser debatida e acordada por todos, para que se respeite a vontade da maioria, isso é o que se faz, na minha opinião,no seio de uma democracia saudável. Penso que, o BE em vez de fazer este projecto de lei covarde, que apenas serve para ganhar simpatias para as eleições, correndo o risco de a proposta ser aprovada na AR sem haver certeza sobre a real vontade do povo português, que é soberano. Pois se o BE está tão convencido que é essa a vontade do povo português, então deveria introduzir essa questão na campanha eleitoral nas próximas legislativas, para que o povo português tenha oportunidade de munir os seus deputados de um mandato que lhes permita votar "sim" ou "não", com a certeza de que o estão a fazer representativamente. Não quero com isto dizer que sou contra ou a favor do casamento homossexual, mas devo partilhar convosco que me assusta bastante ver os deputados da AR, que estão lá para me representar, votar e decidir numa questão que tem tanto que ver com a minha vida e com os meus planos de futuro, sem que a mesma passe pelo meu escrutínio. Isto não é Democracia, isto é manipular o povo com jogos políticos, pois o BE ganha cada vez mais apoio graças ao seu espírito inovador, pena que queira inovar desrespeitando o princípio da soberania popular, base da Democracia. Não quero eu com isto dizer, que os deputados só possam deliberar sobre as questões discutidas na campanha eleitoral, não quero que andem com um bloco de notas com uma lista das matérias em que podem deliberar e posteriormente, quando finda essa lista, vão perguntar ao povo o que fazer, mas nem todas as matérias são qualitativamente iguais, isso será pois fácil de perceber, existem grandes temas da política nacional, para os quais se deve consultar o povo, o referendo seria uma boa opção, embora noutro timing, ou então proponho que discuta essa questão nas próximas legislativas, tal como o PS se propôs  a fazer um referendo para mudar a lei sobre o aborto e ganhou com maioria absoluta, tal poderia acontecer com outro partido, ou o mesmo, que prometesse mudar a lei do casamento, o tal art. do código cívil, ou então a convocar um referendo, para que o povo saíba no que vota e para que vota, tendo assim algo a dizer nas grandes opções nacionais cuja avaliação está ao alcance do povo, pois ao contrário das opções legislativas, em sentido técnico-jurídico, ou as opções económicas, que são demasiado complicadas para que o povo consiga reflectir sem ser manipulado pelos líderes da oposição e governo, esta é uma questão de caríz pessoal,ou seja, tem a ver com a consciência de cada um.

~André

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