domingo, 21 de setembro de 2008

Notícias da Semana - A "Crise"

Li, no Público de Sexta, o seguinte: «João César das Neves, professor da Universidade Católica, acredita que uma intervenção do Governo acaba por "ter mais problemas do que vantagens". O problema, diz o economista, são precisamente os moldes em que essa intervenção poderia ser feita. Fixar preços administrativos, tal como acontece na Madeira, "é a pior solução", assegura [ver quadro feito por mim]. A opção defendida pelo PCP, que afirmou ontem ser a favor desta política, "ainda que transitoriamente", é vista como "péssima para os clientes e para os consumidores", refere João César das Neves. "A retórica a que se assiste de demonizar as petrolíferas, sem fundamento substancial, parece-me uma jogada política pouco séria. Se as empresas são assim tão más devem ser fechadas e os administradores presos", acrescentou.O Executivo tem ainda a opção de reduzir o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), decisão que a Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro) considera "acertada". O professor da UCP não partilha a mesma opinião, explicando que "só seria solução se as variações [do preço do petróleo] fossem temporárias, mas ninguém sabe se as flutuações são permanentes ou não". No final de contas, uma intervenção do Governo "vai ser necessariamente trapalhona e rígida", sublinha, porque "o Estado não conhece o mercado". A prazo, a interferência prometida por Manuel Pinho "levaria a um sistema petrolífero nacional mais instalado, menos competitivo e mais ineficiente", remata.» (ver: http://ww2.publico.clix.pt/print.aspx?id=1343294&idCanal=undefined)

Julgo não serem necessários grandes comentários, pois o professor João César das Neves explicou com grande clarividência o que havia para explicitar. Não obstante, quero somente deixar clara a minha confiança na "mão invisível" do mercado e como consequência a minha total desaprovação quanto a uma possível intervenção do Estado na economia, neste caso, pois isso traria muitos mais inconvenientes que vantagens.

PS - Como dizia há dias o sr. José Pacheco Pereira, no jornal Público, «A "crise" não é o sinal da crise do liberalismo, mas sim do seu normal funcionamento, em sociedades e economias que incorporam o risco e os custos como parte do seu funcionamento normal, das regras do jogo dessa mão que Adam Smith dizia ser "invisível"». E continua «É o capitalismo cruel? Pois é, como a vida. Só que com uma diferença, os ciclos de equilíbrio e crise que sempre gerou foram aqueles que nos permitiram a enorme revolução da qualidade de vida, que desde o século XIX arrancou milhões e milhões de homens da miséria, primeiro na Europa e na América, depois na Ásia e hoje em particular na China. Obcecados pela nossa "crise", não incorporamos no nosso pensamento sobre o mundo essa verdadeira revolução na vida concreta de centenas de milhões de pessoas que se está a dar na Ásia, exactamente à custa daquilo a que, pejorativamente, chamamos dumping. E depois há uma outra verdade como um punho, que convém atirar para os olhos das sereias: não foi certamente o comunismo que fez esta revolução na vida concreta arrancada da miséria da maioria da humanidade, foi o intelectualmente vilipendiado capitalismo.»...Mais uma vez, não poderia estar mais de acordo.

LD

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