sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Uma noite




Uma noite...

Adormeço contigo
Mas, no fundo,
Sei que me é proibido.

Na verdade,
Não sei o que sinto
E olho para a sombra da noite
Tentando assim responder,
Mas está tão negra, como o que pareces ser.

Sinto o teu coração Palpitar
E a minha respiração Acelerar.
O que fazer?

E sem saber porquê,
Segredo-te tudo o que nunca te poderei dizer,
Como se me aliviasse a vontade de te conhecer
E com a esperança de nunca te acordar…
Vou abraçar-te
E, claro, amanhã tudo ignorar

Será Cobardia?
Não sei…
Também não quero saber…

Acaricio-te a cara,
Leio nela tudo o que nunca poderei ler em mim,
Simplicidade e vontade de ser feliz…
(Será mesmo necessário haver uma razão para procurar a felicidade?)
E vejo tudo como se fosses a minha peça,
Peça que eu próprio escrevi
E que agora enceno contigo …

Tudo como tinha imaginado.
A decoração,
A representação,
A cena,
Nós como actores,
Tudo perfeito…

E ai deliro…
Serás mesmo tu?
A personagem por quem tanto esperei?

Passam-se horas…
E continuo a contemplar-te
Tão linda e tão serena…
Será mesmo possível?

E do nada
Entristeço
Pois Vi,
Vi o temível primeiro raio de sol…
Não pode ser (penso eu) …
(Que fazer?)

E sem medo
Arrisco um beijo
E, sorrindo, peço-te desculpa,
Abraçando-te como se nada fosse.
E adormeço,
Pensando que só foi um sonho
E que entre o meu mundo e o teu,
Ainda há uma grande distância a percorrer.

BY:Sr_Próprio

1 comentário:

Bolinha Vermelha disse...

És livre! Que outra palavra para te descrever? Livre. É o que tu és! Talvez a tua liberdade seja devida a uma prisão que tens das palavras.
Vejo-te algures na minha mente como uma figura boémia, esguia, lápis atrás da orelha, papel no bolso e um poema sempre na cabeça.
Não és um poeta como os demais. Tu és tu. O poeta da tua liberdade, o poeta da tua essência. Desdobras-te em cem mil, outros cada um com uma nova personalidade e jogas com as palavras como quem monta um puzzle.

Tu és tu!!! O poeta de ti mesmo e de cem mil outros….